Pra quem mora no Rio Grande do Sul, como nós, fazer uma viagem de carro pelo Uruguai é super simples. Como o país é nosso vizinho, pegar o próprio carro e dirigir até lá acaba sendo até mais simples do que ir de avião.
Esta foi a nossa terceira viagem de carro pelo Uruguai. Na primeira vez, montamos base em Montevidéu. De lá, fizemos passeios de um dia até Colonia del Sacramento e Punta del Este. Já na segunda vez, fomos rodar pelo litoral uruguaio. Montamos base primeiro em Punta del Este e depois em Punta del Diablo, fazendo um bate-volta desta até Cabo Polônio.
Mas, desta vez, resolvemos fazer um trajeto mais longo. Como estávamos no inverno, deixamos o litoral de fora. É completamente inviável pegar praia no inverno aqui por estas bandas. E, como o litoral era uma região que já conhecíamos, demos preferência ao restante do país. Menos badalado, mas mais genuíno.
O post ficou longo, mas vale a pena ler até o final. Ou, se preferir, você pode acessar o índice e ir direto para o conteúdo que mais te interessar!
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Viagem de carro pelo Uruguai: roteiro
O início do nosso roteiro em território uruguaio foi definido em função do Duque, o nosso shih-tzu. Não, esta não foi uma viagem pet friendly. Mas, o Duque precisava ficar com alguém enquanto a gente passava duas semanas fora. E, geralmente, quando fazemos viagens mais longas, deixamos ele com meus pais.
Como eles moram em Cruz Alta, aqui no Rio Grande do Sul, a melhor logística era entrar no Uruguai por Rivera, que faz fronteira com Santana do Livramento. E isso nos permitiu então cruzar o interior do Uruguai, ainda desconhecido pra gente.
Mas também é possível fazer esta mesma viagem de carro pelo Uruguai ingressando no país por Acegua, vizinha da gaúcha Aceguá; por Rio Branco, que faz fronteira com Jaguarão; ou por Chuy, que é a cidade-irmã da Chuí gaúcha. Se você estiver saindo de Porto Alegre, a fronteira mais próxima é de Jaguarão/Rio Branco.
Então, o trajeto da nossa viagem de carro pelo Uruguai ficou assim:
Viagem de carro pelo Uruguai: cidades visitadas
Julio de Castilhos, no Rio Grande do Sul
Se você, quando fizer esta viagem de carro pelo Uruguai, passar pela região central do Rio Grande do Sul, pode fazer fazer uma parada no Jardim das Esculturas, em Julio de Castilhos.
O Jardim das Esculturas é um parque de 60.000 m², com mais de 600 esculturas em pedra arenito, do artista autodidata Rogério Bertoldo. Fica no interior da cidade de Julio de Castilhos. A distância de Porto Alegre é de pouco menos de 300 km e o acesso até o parque é feito por estrada de chão. Mas tome cuidado com o GPS ou aplicativo de mapas que você estiver utilizando. Eles podem te levar por caminhos que são intrafegáveis em carros comuns. E tenha em mente que, em se tratando de zona rural aqui no Rio Grande do Sul, internet nem sempre vai estar disponível.
O parque abre de sexta a domingo e em feriados nacionais, das 9h às 18h. O ingresso custa R$ 20,00 para adultos e R$12,00 para crianças até 12 anos.
Santana do Livramento
A cidade serviu de parada para passar a noite, antes de seguir para Rivera. Escolhemos o Hotel Jandaia, que é a hospedagem mais conhecida aqui do lado brasileiro. É um bom hotel executivo, bem avaliado no Booking.com.
O hotel também tem um bom restaurante, mas que estava fechado nessa noite (era um domingo). Então, o jeito foi ir até a Avenida Sarandí, a principal de Rivera. Lá tem várias opções para comer, mesmo no domingo à noite. No Uruguai, sempre vai haver um chivito pra te socorrer.
Rivera
Freeshops
Em Rivera, foi onde começou, de fato, a nossa viagem de carro pelo Uruguai. A principal atração da cidade certamente são os freeshops. Com o dólar em alta, os preços já não são tão atrativos como em outros tempos. Mas para algumas coisas, como bebidas, por exemplo, os freeshops aqui na fronteira com o Rio Grande do Sul ainda valem a pena.
A Avenida Sarandí é onde se concentram a maior parte das lojas em Rivera. Mas, hoje, há também o Shopping Siñeriz, que fica um pouco afastado do centro. Lá, além da loja Siñeriz e da praça de alimentação, tem um posto da imigração uruguaia. Ou seja, dá pra combinar a imigração com aquela passadinha básica no freeshop.
É muito importante lembrar que é de US$ 300,00 por pessoa a cota de isenção para ingresso, por via terrestre, de produtos não qualificados como de uso ou consumo pessoal. E, no caso das bebidas alcoólicas, ainda há o limite quantitativo, que é de 12 litros por pessoa. Mas você encontra mais informações sobre isso no site da Receita Federal.
Represa de Cuñapiru
Um local pouco conhecido, a Represa de Cuñapiru fica ainda no Departamento de Rivera. O local foi a primeira hidrelétrica da América do Sul, construída no final do século XIX. A energia produzida era utilizada na mineração, para extração de ouro na região. A companhia mineradora faliu, mas a hidrelétrica continuou em funcionamento até 1959, quando foi seriamente danificada por uma enchente.
A conservação da estrutura é um pouco precária. Mas é possível visitar boa parte das instalações. Algumas possuem ainda o maquinário da época. As ruínas da represa ficam a pouco mais de 80 Km de Rivera e podem ser visitadas gratuitamente.
Tacuarembó
Tacuarembó é a capital do departamento de mesmo nome, que é o maior do Uruguai. O departamento tem pouco mais de 90 mil habitantes, que vive principalmente da pecuária. Tacuarembó, por sua vez, não chega a ter 50 mil habitantes.
Chegamos na cidade por volta do meio-dia, razão pela qual já aproveitamos para almoçar por lá. Mas não tínhamos qualquer referência de onde comer. Então, abri o Google Maps e procurei algum restaurante nos arredores da praça principal. E assim encontramos o La Rueda. É um restaurante mega simples, cuja aparência pode até não ser das mais atrativas, mas que tem uma ótima parrilla. Pra quê mais do que um bom asado de tira, não é mesmo?
Cidade natal de Gardel?
Tacuarembó não é uma cidade grande, mas faz parte de uma grande e antiga polêmica: o local de nascimento do ícone do tango, Carlos Gardel. Isso porque, em 1967, foi divulgado um documento em que constava Tacuarembó como local de nascimento do cantor.
Como se sabe, o cantor naturalizou-se argentino em 1923. Mas, em 2012, pesquisadores encontraram documentos que comprovariam que Gardel, na verdade, nasceu em 1890, na França, na cidade de Toulouse, com o nome de Charles Romuald Gardés. Ele teria migrado da França para a Argentina com pouco mais de dois anos. A certidão de nascimento uruguaia, na verdade, teria sido emitida somente para que Gardel pudesse fazer dar entrada no processo de naturalização argentina sem precisar declarar-se francês, pois, caso o fizesse, teria que se alistar no exército da França. Toda essa história é contada no livro El Padre de Gardel, que tem em versão digital na Amazon, para ler no Kindle. Adquira-0 por este link aqui!
Mas, apesar da divulgação daqueles documentos comprovando a origem francesa do cantor, os uruguaios continuam afirmando que Gardel nasceu mesmo é no Uruguai. E, pra comprovar sua teoria, eles mantêm, no Valle Eden, o Museo Carlos Gardel. O lugar abriga vários objetos e testemunhos que atestariam a origem uruguaia do cantor.
Mas, polêmicas a parte, se você incluir a região na sua viagem de carro pelo Uruguai, vale a pena conhecer o lugar, que fica nos arredores de Tacuarembó. Apenas se certifique dos horários do museu, porque, apesar das informações de que o local fica aberto todos os dias para visitação, nós o encontramos fechado em um dia de semana, no início da tarde.
San Gregorio de Polanco
San Gregorio de Polanco foi certamente um destino bem pitoresco nessa nossa viagem de carro pelo Uruguai. No inverno, quando estivemos lá, a cidade não oferece muitos atrativos (quase nenhum, eu diria). Mas, no verão, a cidade é um movimentado balneário às margens do Rio Negro.
Mesmo assim, em qualquer época, vale a pena passear pelas ruas da cidade e apreciar o casario da cidade. São várias casas coloridas e com ilustrações. Como não poderia deixar de ser, uma dessas ilustrações faz alusão ao documento que fundamenta aquela teoria uruguaia sobre o nascimento de Gardel. Esse conjunto de arte urbana forma o Museo Abierto de Arte Iberoamericano. Ou seja, San Gregorio é um museu a céu aberto.
Na cidade, ficamos hospedados no Bali Boutique Hotel, que é até bem charmosinho para os padrões da cidade. É um dos poucos hotéis por lá, mas tem uma ótima avaliação no Booking.com. Para comer, como estávamos no inverno, encontramos apenas um único restaurante aberto à noite. E a comida era tão sem graça que nem vale a dica. Mas acredito que, no verão, quando o balneário fica mais movimentado, deve haver outras opções.
Durazno
Durazno é uma cidade pequena, com cerca de 34 mil habitantes, mas é a principal do departamento de mesmo nome. A estrutura e arquitetura da cidade são parecidas com as de Tacuarembó. São várias praças onde se encontram monumentos a figuras importantes da história uruguaia. Aliás, a essa altura da viagem de carro pelo Uruguai você já vai ter percebido que a maior parte das cidades no interior do país tem a mesma estrutura: uma praça central com uma igreja em frente, a partir da qual a cidade se desenvolve.
Pelo horário que saímos de San Gregorio, chegamos em Durazno no horário do almoço. Então, fomos parar no restaurante Pan y Vino, que fica na rodoviária da cidade. Achei um pouco estranho ir almoçar na rodoviária. Isso porque, em Porto Alegre, a rodoviária é o último lugar onde você vai conseguir encontrar um lugar bacana para comer. Mas o Uruguai surpreende até nisso: o Pan y Vino tem uma boa comida, apesar de nada de extraordinário, e um ambiente até bem agradável, com lareira acesa no inverno, inclusive.
Trinidad
A parada em Trinidad era para dormir, mas acabamos conhecendo também um pouco do Uruguai rural. Mas rural mesmo.
Isso porque nos hospedamos na Estancia Turistica La Amorosa, que é uma estância que a família proprietária transformou em hotel-fazenda. É como se hospedar na casa da fazenda de uma familia uruguaia. A casa principal é típica de fazenda: cômodos grandes, com móveis rústicos. Os quartos são simples, mas suficientes, com uma boa cama, ar condicionado e chuveiro quente. Os móveis antigos, de madeira, dão muito charme.
A propriedade também tem atividades como passeios a cavalo, trilhas e pesca. Um ponto negativo é que não há internet disponível. Mas, considerando que a ideia é justamente experimentar a vida no campo, então ter internet nem é muito necessário mesmo. De outro lado, eles oferecem almoço e jantar, que não estão incluídos na diária. A comida é caseira, bem campeira e muito bem servida. Na sobremesa, rolaram até umas panquecas de doce de leite feitas na hora. Uma delícia!
A estância está no Booking.com com uma ótima avaliação, baseada na opinião de quem realmente se hospedou lá. Você pode ver mais informações sobre a hospedagem e fazer sua reserva clicando neste link aqui.
Carmelo
Pra mim, este foi o ponto alto da nossa viagem de carro pelo Uruguai. Carmelo é, hoje, um destino já bem conhecido pelo enoturismo. Por isso, ficamos hospedados em Colonia Estrella, uma comunidade nos arredores da cidade, basicamente situada ao redor da Capilla de San Roque. É la que fica boa parte das das vinícolas da região.
Já a cidade de Carmelo em si não tem assim muitas atrações. A estrutura mais interessante na parte central da cidade é a ponte giratória, que, até hoje, é aberta manualmente para a passagem de embarcações. Carmelo, assim como Colonia, também era porta de entrada no Uruguai para quem vinha de Buenos Aires, na Argentina, de catamarã. Mas, agora em 2019, a empresa Cacciola, que fazia o trajeto, encerrou suas atividades – veja a notícia.
Vinícolas na região
Bodega y Posada Campotinto
A Bodega y Posada Campotinto é uma vinícola que, além produzir bons vinhos, tem uma pousada maravilhosa e um ótimo restaurante. Certamente o melhor lugar em que nos hospedamos no Uruguai, dentre as três visitas ao país que já fizemos. São 12 quartos super confortáveis, bem decorados, limpos e super confortáveis, com cama king size, calefação, wi-fi, dentre outras comodidades. Foi uma das melhores camas em que eu já dormi na vida! A hospedagem também está no Booking.com, muito bem avaliada. Clique neste link para fazer sua reserva!
Na vinícola, além da visita e da desgustação dos vinhos, é possível fazer passeios e piqueniques nos vinhedos. Além disso, a Campotinto tem um restaurante muito bom, com pratos da cozinha italiana influenciados pela comida campeira uruguaia. Lá também é servido o café da manhã da pousada, que é uma delícia! É servido na mesa, e você escolhe os pratos que quiser. Não deixe de experimentar a geleia de tomate, feita na própria pousada.
Bodega Cordano (Almacén de la Capilla)
A Bodega Cordano é a mais simples de todas as vinícolas no Uruguai que conhecemos. Mas também é a que tem a história mais antiga. Surgiu com o Almacén de la Capilla, um armazém que fica de frente para a Capela de São Roque (por isso o nome).
O armazém serve de recepção para a vinícola. Para acessar a cave de vinhos, é necessário descer pelo alçapão que fica atrás do balcão. Além disso, no armazém você encontra os produtos feitos na propriedade e também pode degustar uma boa tábua de frios, seja dentro do armazém ou em mesas ao ar livre.
Bodega El Legado
Esta é uma vinícola familiar, administrada por Bernardo Marzuca, junto da mulher e dos filhos. Tem uma história muito bonita, que começa com a recompra da propriedade, que o pai de Bernardo, Luis Marzuca, diante de problemas financeiros, precisou arrendar para outra vinícola. Desde que foi retomada, a casa principal foi toda restaurada, mas sempre mantendo a memória da família. O nome, El Legado, inclusive, é uma referência a essa história e à tradição da família na produção de vinhos.
Mas, apesar de ser uma vinícola pequena, familiar, os vinhos produzidos na El Legado são muito bons. Melhores até do alguns produzidos em grandes vinícolas.
Quando estivemos lá, em 2017, visitamos as instalações e experimentamos os rótulos disponíveis, que eram um tannat, um syrah e um blend das duas uvas. Degustamos os vinhos no sofá em frente à lareira, com uma tábua de frios e na companhia do Bernardo e dos filhos, como se estivéssemos na casa de amigos.
Narbona Wine Lodge
A Bodega Narbona tem aquele estilo rústico chique. Dentre as vinícolas no uruguai listadas aqui, a Narbona é a maior e mais elegante. A propriedade inclui não só a vinícola, como também uma bela pousada e um ótimo restaurante. Este tem uma bela decoração rústica, com mesas de madeira, paredes de tijolos à vista e objetos antigos. Mesmo sem reserva, não tivemos problema para conseguir uma mesa.
Depois do almoço, pedimos para conhecer as instalações da vinícola e um dos responsáveis fez um pequeno tour com a gente pela propriedade. Mas, se quiser fazer alguma degustação, é necessário fazer reserva.
Além dos ótimos vinhos, a propriedade também produz boa parte dos produtos que são servidos na pousada, como doce de leite, queijos, iogurtes e azeites de oliva. Há uma loja, junto ao restaurante, onde você pode adquirir os produtos da Narbona.
Colonia del Sacramento
Nós já conhecíamos Colonia desde a primeira vez em que estivemos no Uruguai, quando fizemos um bate-volta desde Montevidéu. Nesta segunda vez, contudo, resolvemos pernoitar na cidade. Ficamos duas noites, tudo porque queríamos não só ver o centro histórico à noite, como também porque queríamos apreciar o belo por-do-sol sobre o Rio da Prata.
Mas se, na primeira vez em que estivemos na cidade, era verão e estava 40 graus à sombra, nesta segunda vez, pelo contrário, estava frio e chovendo em boa parte do tempo. Somente no dia em que deixamos a cidade é que o sol apareceu (como vocês podem ver na foto acima). Ou seja, nada de por-do-sol de novo. Mas não tem problema: desse jeito, sempre fica um pretexto para voltar.
Hospedagem
Nossa hospedagem em Colonia del Sacramento foi a Posada Boutique Las Terrazas, que fica bem pertinho da Puerta de la Ciudadela. O hotel tem quartos bem confortáveis, ainda que básicos. Tem uma sala com bar e lareira, onde você pode degustar licores da casa. Todo o atendimento é ótimo, da recepção ao pessoal da limpeza e café da manhã. Não a toa o Las Terrazas está muito bem avaliado no Booking.com, que, como vocês sabem, coleta somente avaliações de hóspedes reais. Se você quiser, pode fazer sua reserva clicando neste link aqui.
História e pontos turísticos da cidade
Colonia del Sacramento é a cidade mais antiga do Uruguai, tendo sido fundada em 1680, como uma colônia portuguesa às margens do Rio da Prata. Desde o início, a cidade foi alvo de disputas entre Portugal e Espanha. Em 1777, o Tratado de Santo Ildefonso estabeleceu o domínio da Espanha sobre Colonia, o que perdurou até 1820, quando, em razão da invasão de Portugal, a cidade foi anexada ao Império do Brasil. Isso durou até 1828, quando Colonia foi anexada a nova Republica del Uruguay, após a Batalha de Ituzaingó.
O centro histórico de Colonia, região que guarda toda a história da colonização da cidade, foi eleito Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.
Puerta de la Ciudadela e a Calle de los Suspiros
Toda a história de Colonia é contada em vários das edificações espalhadas pelo centro histórico. Entrando pela Puerta de la Ciudadela, que foi construída em 1745, logo em seguida você encontra a Calle de los Suspiros, que é uma das ruas mais visitadas de Colonia. As construções ao longo da rua têm mais de 250 anos e possuem fachadas conservadas na cor original – a mudança na coloração é obra exclusivamente do tempo.
Há várias explicações o nome da rua. Segundo o site ColoniaUy, uma delas conta que era por ela que transportavam os prisioneiros condenados à morte, para serem afogados na parte mais baixa da rua, quando a maré subisse. Os suspiros os dos prisioneiros, antes de morrer. Outra lenda conta que a rua era um local de prostíbulos, muito frequentados pelos marinheiros que aportavam na cidade. Os suspiros, nesse caso, seriam pelas moças que trabalhavam nos estabelecimentos. E há, ainda, uma terceira lenda, que diz que a rua era o local de encontro dos casais apaixonados, que lá ficavam a suspirar de amor.
Já o guia O Viajante traz uma explicação bem menos romântica: os suspiros teriam, na verdade, relação com a chegada dos escravos. Eles desembarcavam em Colonia depois de meses em navios negreiros, em condições subumanas, e subia pela rua até a praça, onde se realizava o mercado de escravos.
Mas, independente da explicação, o fato é que não dá pra deixar de conhecer a Calle de los Suspiros.
Faro de Colonia e Convento de San Francisco Javier
O Convento de San Francisco Javier foi construído pelos jesuítas em 1694, mas, cinco anos depois, foi destruído por um incêndio. Nunca foi reerguido em razão de desavenças entre a Coroa portuguesa e os jesuítas, que acabaram sendo expulsos da região. Ao lado das ruínas, está o Faro de Colonia, construído em 1857, em razão dos inúmeros naufrágios que ocorriam naquela região. Geograficamente, é o último farol da costa uruguaia. É possível subir os 118 degraus até o alto da torre, mediante o pagamento de uma pequena taxa.
Museus de Colonia
Em frente ao farol, fica a Plaza Mayor, cujo entorno concentra os principais pontos turísticos do centro histórico de Colonia. Além do farol, encontram-se ao redor da praça, por exemplo, o Museu Português, que conta a história da ocupação portuguesa na cidade, e o Museu Municipal, o mais antigo da cidade. As visitas a estes e outros museus da cidade podem ser feitas com um bilhete único, que pode ser adquirido no Museu Municipal, por 50 pesos uruguaios.
Plaza de Armas e a Basilica de Santisimo Sacramento
Outro ponto importante do centro histórico de Colonia é a Plaza de Armas, onde estão expostas ruínas da casa dos governantes da cidade no período colonial. Além disso, a praça é o local onde se encontra a Basílica do Santíssimo Sacramento, que poderia ser a igreja mais antiga do Uruguai, se não tivesso sido destruída por um raio em 1780. A construção atual data de 1899, mas mantém algumas pedras e esculturas do prédio original.
Pontos turísticos fora do centro histórico
Mais um dia sem sol em Colonia. Então, pegamos o carro e fomos dar umas voltas fora do centro histórico. Fomos até a Plaza Real de San Carlos (Plaza de Toros), que, em seus tempos de esplendor, foi uma arena de touradas. Inaugurada em 1910 e fechada dois anos depois, quando as touradas foram proibidas no Uruguai, é, hoje, um prédio em ruínas. Por isso, não é possível acessar o seu interior. Mas o exterior ainda é imponente, o que pode render algumas belas fotos (isso se você tiver mais sorte do que nós com o clima).
Na volta, passamos pela Capilla de San Benito, capela construída em 1761 pelo espanhol Pedro de Cevallos. Foi primeiro chamada de Capilla de San Carlos, em homenagem ao rei da Espanha, e, posteriormente renomeada Capilla de San Benito, para homengear São Benedito, o primeiro santo negro da Igreja Católica, canonizado em 1807, e o santo padroeiro dos cozinheiros no Brasil.
O centro histórico à noite
Muito embora as principais atrações turísticas do centro histórico somente estejam abertas à visitação somente durante o dia, vale muito a pena passear pela área durante a noite. A escuridão e o silêncio na maioria das ruas de pedra dão aquele ar meio fantasmagórico às antigas construções. Vários pontos do centro histórico ficam ainda mais interessantes com a iluminação noturna, como a Puerta de la Ciudadela. Além disso, à noite, é possível ver o farol funcionando.
Onde comer no centro histórico de Colonia
Buen Suspiro
É a famosa taberna que fica na Calle de los Suspiros. O pequeno estabelcimento fica em uma das casas históricas da rua. E o charme dele está justamente nisso: em comer em uma mesa de madeira dentro de uma casa de pedras que tem mais de 250 anos. É direto do “túnel do tempo” mesmo.
O cardápio do lugar é enxuto, restrito a sopas, picadas (as tábuas de frios), doces e uma variedade de vinhos. Como vínhamos de um farto café da manhã na Posada Campotinto, em Carmelo, ficamos só com uma tábua de frios e duas taças de vinho uruguaio. A comida é boa, mas não tem nada de espetacular. Apesar disso, acho o Buen Suspiro uma boa opção para quem visita a cidade pela primeira vez, diante da atmosfera do lugar. Então, vá para apreciar a experiência, sem muitas expectativas quanto à comida.
Bocadesanto
Pra fugir um pouco dos lugares e comidas típicas, esta hamburgueria, que fica próxima da Puerta de la Ciudadela, é uma ótima escolha. O lugar faz hambúrgueres ótimos e tem uma boa variedade de cervejas artesanais. Tem uma decoração bem descoladinha, com poltronas estampadas e estantes de livros, combinadas com paredes de pedra à mostra. Além disso, tem uma área externa, que deve ser uma delícia no verão.
Charco Bistrô
O restaurante é certamente um dos lugares mais charmosos para comer em Colonia. Tem uma linda vista, já que fica às margens do Rio da Prata. No inverno, há até mantinhas para aquecer os clientes. Além disso, a comida é fantástica: pratos bem servidos e saborosos, carne com um ponto perfeito e um petit gateau de doce de leite que conseguiu me convencer a comer sobremesa.
Queriéndote
Se quiser fazer um lanchinho da tarde, vá até essa casa de chás, que é uma graça. O jardim fica de frente para o Rio da Prata. Os chás são servidos em uma louça linda, com toda a explicação sobre o tipo de chá que você escolheu e uma ampulhetinha pra controlar o tempo de infusão. Além disso, a casa tem doces e salgados pra acompanhar o chá.
Montevidéu
Hospedagem
Na primeira vez em que estivemos em Montevidéu, havíamos ficado no bairro de Punta Carretas, no Regency Golf Hotel Urbano, que fica muito próximo da Rambla e ao lado do bairro de Pocitos, outro bairro ótimo para se hospedar. Usando este link você faz sua reserva e ainda ajuda o blog, sem qualquer custo adicional (saiba mais sobre isso aqui).
Mas, nesta viagem de carro pelo Uruguai, optamos por ficar na Ciudad Vieja, em frente ao Mercado del Puerto. A região já é bem diferente de Punta Carretas e Pocitos, como vocês podem imaginar. Acho que é uma região prática pra quem vai a Montevidéu pela primeira vez, já que fica próxima de vários pontos turísticos, os quais podem ser percorridos a pé, pelo menos durante o dia. O hotel escolhido foi o Don Boutique Hotel Montevideo, com quartos muito bons e um ótimo atendimento. Não à toa, ele tem uma ótima avaliação no Booking.com. Para fazer sua reserva, você pode clicar aqui neste link!
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O que fazer em Montevidéu
Plaza Independência
A praça foi inaugurada em 1877 e é o local que faz a transição entre a Ciudad Vieja e a Montevidéu que se desenvolveu a partir do século XIX. O principal marco dessa transição é a Puerta de la Ciudadela, um pedaço da muralha que circundava a cidade e que foi em grande parte demolida em 1829.
No centro da praça fica a estátua do General Artigas, heroi nacional pioneiro no movimento pela independência uruguaia. Abaixo da estátua, no subsolo da praça, está o Mausoléu de Artigas, uma enorme sala que abriga a urna com os restos mortais do general, além de datas e fatos históricos da sua vida. A visitação ao mausoléu é gratuita.
Palacio Salvo
O prédio, construído em 1928, fica junto à Plaza Independencia e é uma das edificações mais imponentes e emblemáticas de Montevidéu. Com 95m, foi a torre mais alta da América do Sul por vários anos. Hoje é possível realizar a visita guiada ao edifício, que ocorre todas as terças, quintas e sábados (veja os horários aqui). Custa 250 pesos uruguaios por pessoa e tem duração de cerca de uma hora.
Além disso, você pode ainda se hospedar no histórico Palacio Salvo. O Salvo Suites tem apartamentos totalmente renovados e bem decorados. A reserva pode ser feita pelo Booking.com, onde a hospedagem está com uma ótima avaliação. Pra garantir sua estadia nesse histórico edifício, você pode usar este link aqui.
Teatro Solís
Bem próximo da Plaza Indepedencia fica o Teatro Solís, a mais importante casa de espetáculos do Uruguai. O belo teatro foi inaugurado em 1856, como sociedade anônima, tornando-se um teatro público em 1937, quando foi adquirido pela Intendencia de Montevidéu. As visita guiada pelas principais instalações ocorre de terça a domingo, em horários pré-determinados, e custa 90 pesos urguaios.
Avenida 18 de Julio
A partir da Plaza Independencia, na esquina onde está o Palacio Salvo, começa a Avenida 18 de Julio, a principal via do centro de Montevidéu. O nome é uma homenagem à data da promulgação da primeira Constituição uruguaia, que ocorreu em 1830. Ao longo de 3,5 Km, você vai passar por vários pontos a serem observados, como belas fachadas, praças e prédios históricos.
Preste atenção na Plaza Cagancha (ou Plaza Libertad), cuja área ocupa os dois lados da avenida. E entre as duas partes da praça, no meio da avenida, há uma coluna de mármore, a Columna de la Paz, que é considerada o marco zero das rodovias uruguaias.
Continuando pela Avenida 18 de Julio, você vai encontrar a Plaza de los 33 Orientales, praça que homenageia o levante, comandado por Juan Antonio Lavalleja, que lutou contras as tropas brasileiras e acabou por conseguir a independência do Uruguai, que, na época pertencia ao Brasil. O território uruguaio – a Banda Oriental – havia sido anexada ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves – o Brasil, antes da independência – após a derrota do General Artigas na batalha de Tacuarembó, em 1820.
Se você continuar andando pela Avenida 18 de Julio, vai encontrar os prédios da Universidad de la Republica (a única universidade pública do Uruguai) e da Biblioteca Nacional, um ao lado do outro. Em frente às duas instituições, está a Calle Tristán Navaja, onde aos domingos acontece a Feria de Tristán Navaja, uma feira de rua enorme, onde você vai ver de um tudo, desde artesanato e objetos antigos até material de limpeza.
Fuente de los Candados
Caminhando pela Avenida 18 de Julio, você talvez encontre, próximo à Plaza Cagancha, a Fuente de los Candados, pequeno chafariz adornado com cadeados colocados por casais que fazem suas juras de amor eterno ao prender o seu cadeado no chafariz e depois jogar a chave fora. Meio que uma imitação da Pont des Arts, em Paris, na época em que ainda era possível colocar cadeados nela. E digo “talvez encontre” porque o chafariz não fica em uma posição de muito destaque (fica em uma esquinas da avenida). Além disso, a estrutura não é nada que chame muito a atenção: não fossem os cadeados, seria uma fonte qualquer.
Ciudad Vieja
Saindo da Plaza Independencia pela Puerta de la Ciudadela, você estará na Ciudad Vieja, o bairro mais antigo de Montevidéu. A Puerta de la Ciudadela, como eu mencionei antes, é um dos poucos resquícios da muralha que circundava a antiga Montevidéu. Atravessando esse portal, você estará na Peatonal Sarandí, a via exclusiva para pedestres que é a principal da Ciudad Vieja.
Caminhando pela Peatonal, você vai encontrar o Museo Torres García, dedicado às obras do pintor uruguaio Joaquín Torres García, sendo a mais famosa delas a “América Invertida”, na qual o pintor retrata o mapa da América do Sul de cabeça para baixo, com o sul no topo. Com essa obra simples, de 1943, o artista expõe como ele entendia como o sul deveria ser visto, em posição de destaque, e não em submissão aos países do norte. Segundo o artista, “nuestro norte es el sur. No debe de haber norte para nosotros, sino por oposición a nuestro sur. Por eso ahora ponemos el mapa la revés y entonces ya tenemos la justa idea de nuestra posición”. O museu funciona todos os dias e o ingresso custa 170 pesos uruguaios.
Logo em frente ao Museu, entre na Librería Más Puro Verso, aberta em 2008, mas que está instalada em um edifício de 1917, tombado pelo patromônio histórico. Preste atenção na escadaria e nos vitrais, que são lindos. No andar de cima da livraria há um café e restaurante.
Plaza de la Constitución e Museo de Andes 1972
Ao seguir pela Peatonal Sarandí, você chegará à Plaza de la Constitución, mais conhecida como Plaza Matriz, que é a mais antiga da cidade e abriga a Catedral Metropolitana, a primeira igreja de Montevidéu. E, em uma rua bem próxima da Plaza Constitución, está o Museo de Andes 1972, que não é um museu histórico, mas retrata um fato bem famoso: o episódio da queda do avião uruguaio nos Andes, quando um grupo de passageiros conseguiu sobreviver por quase dois meses e meio no frio congelante da cordilheira. O episódio virou livro (em inglês, na Amazon) que depois foi adaptado para o filme “Vivos”, lançado em 1993.
O museu fica aberto de segunda a sábado e vale a pena colocar no roteiro. Ele traz toda a história dos sobreviventes, além de uma cronologia muito completa dos fatos que permearam todo o episódio. Há fotos antigas, notícias de jornais da época, pedaços do avião e objetos que foram utilizados pelo grupo para sobreviver enquanto estavam isolados na cordilheira. O museu fala, inclusive, sobre o episódio de canibalismo, que é o fato mais controverso da tragédia: para sobreviver, o grupo chegou a se alimentar da carne dos corpos dos passageiros mortos.
Estádio Centenário
Quem curte futebol não pode deixar de fora do roteiro o lendário Estadio Centenario. Ele foi inaugurado em 1930, para sediar a primeira Copa do Mundo, vencida pela seleção uruguaia. Junto ao estádio funciona o Museo del Fútbol, que, além de permitir a entrada no estádio, traz toda a história das participações uruguaias nas Copas do Mundo. O museu funciona de segunda a sexta, das 10h às 17h.
Parque Rodó
Saindo do centro de Montevidéu, um lugar que deve estar incluído no seu roteiro é o Parque Rodó, que é um belo espaço verde dentro da cidade. O Parque Rodó abrange também os parques Franzini (onde fica o estádio do Defensor, um dos times de futebol da cidade) e Laroche.
Rambla
O calçadão que percorre toda a orla de Montevidéu é uma belezura. Andar por ele no fim da tarde é uma delícia e uma ótima forma de observar os hábitos dos uruguaios, que ocupam o calçadão e os banquinhos ao longo dele com suas térmicas e cuias de mate (o chimarrão uruguaio). Talvez seja por isso que eu, sendo gaúcha e morando em Porto Alegre, me sinto tão em casa quando estou em Montevidéu.
A orla é extensa, com mais de 20 Km, mas a melhor parte fica entre os bairros de Punta Carretas e Pocitos. Na ponta da praia de Pocitos é que fica o letreiro de Montevidéu. Pra conseguir tirar uma foto com o letreiro vazio, tente ir até lá em dias de semana. Nos finais de semana, é quase impossível conseguir uma boa foto.
Carrasco
Esse é o bairro mais elegante de Montevidéu, com belas casas sem muros, grades ou cercas. Além disso, em Carrasco está o imponente prédio do antigo cassino, que hoje é um luxuoso hotel.
Primuseum
Montevidéu também tem tango! O Uruguai também tem uma forte tradição no tango, tendo em vista a relação de Carlos Gardel com o país. E, no Primuseum, é possível curtir uma noite de tango com jantar com pratos típicos da cozinha uruguaia, harmonizados com vinhos também uruguaios.
O lugar está instalado em uma casa de 1870, na Ciudad Vieja, e possui um acervo de mais de 3 mil antiguidades. O próprio nome do estabelecimento, “Primuseum”, vem dos Primus, os fogareiros utilizados antigamente, e que hoje são expostos como relíquias, decorando o lugar.
A noite de tango no Primuseum é mais intimista que os espetáculos nas casas de tango de Buenos Aires. Além disso, não há apresentação de dança, somente de música. Mas é tudo muitíssimo bem executado. A comida não é nada de espetacular, mas serve para experimentar pratos bem típicos do Uruguai. E é melhor do que a servida nas noites de tango em Buenos Aires (ao menos das que eu conheço).
O jantar com show de tango ocorre de quarta a domingo a partir das 20h30, e custa 75 dólares por pessoa.
Bodega Bouza
A Bodega Bouza fica nos arredores de Montevidéu. É uma vinícola familiar, que produz, além da tradicional uva tannat, uvas como pinot noir e albariño. A visitação guiada à vinícola é gratuita. Já a degustação de quatro vinhos, harmonizados com algumas tapas, custa 1200 pesos uruguaios. Além disso, a vinícola conta com um ótimo restaurante, que serve pratos com influência da cozinha uruguaia e espanhola.
Mas, o melhor de tudo, é que a Bouza oferece um serviço de traslado de ida e volta à vinícola desde Montevidéu. O custo é de 400 pesos por pessoa. Assim, ninguém precisa ser o motorista da rodada.
Onde comer em Montevidéu
Mercado del Puerto
Em uma viagem de carro pelo Uruguai – ou em qualquer tipo de viagem pelo país – a parrilla uruguaia deve estar no roteiro. Seja você carnívoro ou não. Isso porque há uma série de acompanhamentos que são tão deliciosos quanto a carne. E, nesse ponto, o Mercado del Puerto oferece várias opções. Em algumas delas você pode, inclusive, sentar no balcão e assistir sua parrilla sendo preparada. Dentre os restaurantes do Mercado, o El Palenque é um dos restaurantes mais tradicionais por ali. O preço não é muito amigável, mas a comida é boa e o atendimento também.
Tenho que avisar que há outras parrillas melhores na cidade. Entretanto, apesar de sempre procurar lugares mais “nativos”, acho que vale uma ida ao Mercado del Puerto, principalmente se, nessa viagem de carro pelo Uruguai, você estiver visitando Montevidéu pela primeira vez.
Mercado Agricola de Montevideo
Enquanto o Mercado del Puerto é mais voltado para os turistas, o Mercado Agrícola (José L. Terra, 2220) é um lugar que serve mais à população local. Foi todo reformado recentemente e possui diversas opções para compras e alimentação. Lá você encontra não só carnes, queijos e vinhos, como também frutas, verduras, legumes, coisas de padaria e produtos importados. Além disso, há uma praça de alimentação bem organizada, com opções mais “fast food”, bem como alguns restaurantes.
Estivemos duas vezes no Mercado Agrícola. Na primeira, optamos por comer na praça de alimentação mesmo, e pela opção mais clássica, o chivito – bem servido e bem gostoso.
Na segunda vez, já chegamos lá com o local escolhido: a Chopería Mastra, com cerveja artesanal uruguaia nas torneiras e uns petiscos para acompanhar. Os petiscos não eram nada de extraordinários, mas a cerveja valeu a pena.
La Pulpería
Esta pequena parrilla está instalada em uma esquina do bairro de Punta Carretas (Lagunillas, 448). Diferentemente das parrillas do Mercado del Puerto, é bastante frequentada pelos locais. O ambiente é simples, mas acolhedor. O atendimento é despachado, assador é habilidosíssimo e, acima de tudo, a carne é de qualidade. É a melhor das parrillas que conheço em Montevidéu, certamente.
Sente-se na parte de dentro, no balcão em frente à parrilla, ou no balcão do lado de fora, que também tem vista para o fogo. O importante é não perder o assador de vista, que, sem dúvida, é uma das melhores “atrações” de uma parrilla.
Para comer, escolhemos um ojo de bife, um asado de tira, um provolone assado e uma salada mista. As porções são bem servidas para duas pessoas. Para beber, pedimos uma garrafa de vinho uruguaio – a casa tem apenas alguns poucos rótulos.
Escaramuza
O Escaramuza é a soma de duas coisas que eu amo: livros e comida. O casarão, na parte da frente, abriga uma bela livraria (prateleiras até o teto de um pé direito bem alto, cheinhas de livros). Ao fundo, um charmoso café e restaurante. Tente uma mesinha no jardim, que é super agradável. Não é possível fazer reserva, então, dependendo do horário, talvez você tenha que esperar um pouco por uma mesa. O que foi o nosso caso. Mas isso certamente não foi um problema, já que me perdi entre as prateleiras de livros e nem vi o tempo passar.
Os pratos são simples, mas muito gostosos. Escolhemos os empanados, que estavam bem gostosos, com uma taça de vinho para cada um. Mas confesso que me arrependi de não ter “ousado” mais na escolha.
A livraria/restaurante fica no bairro de Cordón (Dr. Pablo de María, 1185). Se você, como eu, prefere os locais frequentados mais pelos nativos do que pelos turistas, o Escaramuza é, sem dúvida, uma boa pedida.
Melo
A nossa parada na cidade de Melo foi somente para passar a noite, antes de retornarmos para Cruz Alta. Ficamos hospedados no Hotel Juana de Ibarbourou, um hotel executivo, bem simples, mas também bem suficiente para passar a noite. O hotel fica na Ruta 8, já saindo da cidade de Melo em direção ao Rio Grande do Sul. Tem uma boa avaliação no Booking.com, sendo ideal pra quem está de passagem pela região e precisa de um lugar para domir. Veja mais informações e faça sua reserva por este link!
Viagem de carro pelo Uruguai: informações úteis
Estradas e pedágios
As estradas no Uruguai, em geral, são boas. Neste roteiros que fizemos, as estradas não são tão boas quanto as do litoral, por exemplo, mas em nenhum momento chegam a ser ruins. Além disso, algumas estradas são pedagiadas, e o valor dos pedágios, em 2019, é de 105 pesos uruguaios.
Documentos e vistos
Brasileiros não precisam de visto para ingressar no Uruguai. Além disso, podem ingressar no país apenas portando o documento de identidade (não vale CNH), sendo desnecessário apresentar o passaporte.
Mas, se você estiver fazendo uma viagem de carro pelo Uruguai, precisará da Carta Verde, que é o seguro para danos a terceiros (pessoas ou bens), em caso de sinistro. Ela é a garantia de que o terceiro lesado vai ser indenizado ainda que você deixe o país.
O documento pode ser obtido em seguradoras ou bancos. Mas, alguns seguros de carro aqui no Brasil já incluem a Carta Verde, então dê uma conferida se não é o seu caso.
Desconto do IVA
Para quem paga as refeições com cartão de crédito, débito, ou pré-pago internacional, o governo uruguaio devolve 22% do valor pago, referente ao IVA, que é o Imposto sobre Valor Agregado, equivalente ao nosso ICMS. Como o IOF sobre as compras no cartão é de 6,38%, a devolução do IVA faz a utilização do cartão internacional valer a pena.
O desconto é aplicado tanto para os cartões da bandeira Visa, quanto da bandeira Mastercard. A diferença é que, no Visa, o desconto já é automático, na hora do pagamento da conta, ao passo que, no Mastercard, o estorno é feito posteriormente, na fatura.
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Hospedagem
Todos os hotéis desta viagem de carro pelo Uruguai eu escolhi pelo Booking.com. Pra mim, é a melhor plataforma online de hospedagens. Tem milhares de opções, muitas com cancelamento grátis e várias sem pré-pagamento. Mas, o que eu mais gosto são as avaliações, que são feitas somente por hóspedes reais, ou seja, que realmente se hospedaram nos lugares.
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Aluguel de carro
Você pode tranquilamente ir com o seu próprio carro até o Uruguai. Mas, se for chegar pelo aeroporto, pode alugar um carro para fazer sua viagem pelo país. Nesse caso, vale a pena fazer a reserva antecipada online, o que pode lhe garantir alguns descontos. A Rentcars.com sempre tem uns preços bacanas, com uma centena de opções de locadoras. Você pode fazer sua reserva clicando no banner abaixo ou pela caixa de pesquisa na barra lateral do blog.
Guia de viagem
Se você quiser uma ajudinha na hora de organizar sua viagem de carro pelo Uruguai, o Guia O Viajante é uma ótima base para montar o seu roteiro. Foi o guia que eu utilizei para montar o nosso roteiro. Além disso, ele foi uma das minhas fontes para escrever este post, pois tem muitas informações e dados históricos sobre o Uruguai. Se quiser, você pode adquiri-lo por este link, na Amazon, e assim também colaborar com o blog, sem qualquer custo extra na sua compra.
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