Muitos talvez achem que quatro dias seja muito tempo para um roteiro em Lima, no Peru. Mas, se um dos seus principais motivos para visitar a cidade for a gastronomia peruana, então é bom não ter pressa. Porque Lima, além de vários lugares bacanas para conhecer, tem um cenário gastronômico fantástico, com vários bons restaurantes pra experimentar a típica comida peruana.
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Organize o seu roteiro em Lima
Informações básicas
Passagens aéreas
Para ir de Porto Alegre a Lima, há um voo direto da Avianca Internacional, que dura 4h55min. Você sai de Porto Alegre por volta das seis da manhã e pouco depois das nove já está em Lima (considerando o fuso horário do Peru, que é de duas horas a menos). Havíamos pesquisado os voos da Latam, que poderíamos adquirir com milhas, mas pesando o custo-benefício, achamos que valia mais a pena pagar a passagem do voo direto e rápido da Avianca até Lima do que pegar um voo com duas escalas (São Paulo e Santiago) e demorar muito mais.
Transfer do/para o aeroporto
O aeroporto de Lima fica em Callao, cidade vizinha. Então, as melhores opções de transporte até Lima provalmente sejam o táxi, o transfer (coletivo ou privativo) ou o ônibus executivo até Miraflores.
Na chegada, nós contratamos um transfer privativo, da TaxiDatum, que é bem eficiente. O transfer pode ser contratado previamente, online. A corrida é paga diretamente para o motorista, e o pagamento pode ser feito em dólares ($20) ou soles ($60).
Mas lembre-se de ter o dinheiro certinho se for pagar em dólares, pois pode ser que o motorista não tenha troco em dólar. Aí o troco vai ser em soles, com uma cotação péssima. Então, se você não tiver o dinheiro exato em dólares, vale mais a pena trocar o seu dinheiro por soles no aeroporto mesmo, e fazer o pagamento ao motorista já na moeda local.
Para o trajeto de volta, do nosso hotel em San Isidro para o aeroporto, utilizamos o Uber, que funciona bem na cidade. O valor da corrida ficou em torno de 32 soles (em maio de 2018).
Vistos
Outra facilidade para visitar o Peru, além do voo direto, é a desnecessidade de vistos para brasileiros. É necessário apenas ter o passaporte válido por, no mínimo, seis meses a partir da data de saida do território peruano.
Vacinas
De outro lado, a vacina contra a febre amarela não é obrigatória (ainda), mas é recomendada. Principalmente pra quem vai visitar pontos fora dos centros urbanos (como Macchu Picchu, por exemplo). Como nós já tínhamos feito as vacinas e obtido o certificado internacional quando viajamos para a Austrália, em 2017, isso não foi uma preocupação. Levamos as nossas carteirinhas por garantia, até porque os certificados emitidos após 2015 têm validade vitalícia (faz a vacina uma vez, emite o certificado e não precisa mais se preocupar).
Então, tendo em vista que você precisa fazer a vacina no mínimo 10 dias antes de embarcar, vale a pena fazê-la ainda que você não tenha ainda a viagem marcada. Melhor prevenir do que perder a viagem porque não fez a vacina.
Para mais informações, você pode consultar o site do Ministério das Relações Exteriores. Tem também este post do Viaje na Viagem, que dá mais instruções sobre a vacina da febre amarela.
Internet móvel
Se você não precisa de uma quantidade ilimitada de dados de internet para o seu celular, vale a pena comprar um chip local, na loja da claro na Av. José Larco, em Miraflores. É só pedir o chip de internet móvel, que eles te dão as opções de planos. Nós compramos dois chips, cada um por 30 soles e 3GB válidos por 30 dias. É necessário pagar ainda 5 soles pelo chip em si (todos os valores são de maio de 2018). Passamos duas semanas no Peru e a quantidade de dados foi bem suficiente – funcionando, inclusive, no alto de Macchu Picchu!
Protetor solar: muito importante!
Uma última dica, mas não menos importante: para um roteiro em Lima, protetor solar é fundamental. Você já deve ter lido que a cidade tem o céu constantemente cinza, não? Pois então. Como as nuvens escondem o sol, você vai se queimando sem perceber. E só vai se dar conta do estrago quando estiver com uma queimadura no nariz. Experiência própria, vai por mim.
Onde se hospedar
O bairro de Miraflores é o lugar onde a maioria dos turistas prefere se hospedar, pois é o bairro mais bem localizado prara visitar as principais atrações de Lima. Nós, de outro lado, ficamos hospedados no bairros de San Isidro, que certamente é outra ótima opção em Lima, próxima de Miraflores. É um bairro super agradável e bem menos movimentado, turisticamente falando.
Nós ficamos no Manto Hotel Lima e adoramos! O quarto era grande e muito confortável, e o hotel bem localizado, próximo ao Parque del Olivar, um parque de oliveiras super bonito em San Isidro.
Mas se quiser encontrar outras hospedagens tanto no bairro de Miraflores, quanto em San Isidro, o Booking.com tem várias opções, entre hotéis, apartamentos e outros. Muitas delas tem cancelamento grátis e que não requerem pré-pagamento. Além disso, as avaliações das hospedagens são bem confiáveis, já que são feitas somente por hóspedes reais. Pra encontrar uma hospedagem bacana, é só você clicar neste link, ou neste outro aqui.
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O que fazer no seu roteiro em Lima
Centro Histórico
O centro histórico de Lima tem como ponto principal a Plaza Mayor, que, no século XVI, foi o centro da ocupação espanhola, liderada por Francisco Pizarro.
Os prédios que ficam ao redor da praça já não são mais os da época dos espanhóis, mas sim do século XX. Dentre eles, os que mais se destacam, especialmente pela arquitetura, são a Catedral, cujo portal remonta à época dos espanhóis, o Palácio do Governo, que é a sede atual do governo peruano, e o Palácio Arquiepiscopal, residência do bispo de Lima.
Museu e Catacumbas do Convento de San Francisco
O Convento de San Francisco faz parte dos prédios históricos do centro de Lima. O ingresso custa 15 soles e inclui o tour guiado pelo convento e pelo museu. O roteiro leva o visitante pelas salas com arte sacra e objetos religiosos, pelo claustro, pela biblioteca e pelas catacumbas.
Nestas últimas, as pessoas da cidade eram enterradas, o que era um antigo costume dos católicos, os quais acreditavam que, assim, estariam mais perto de Deus. Durante a visita, você vai aprender que, acredita-se, os subterrâneos das igrejas no Centro histórico de Lima estão todos interligados. Além disso, vai ver um sem fim de ossos humanos, pertencentes às milhares de pessoas enterradas por ali.
Ainda sobre o roteiro da visita, a biblioteca foi eleita, no ano passado, pela National Geographic, uma das dez mais bonitas do mundo. Ela tem cerca de 25 mil volumes, inclusive a “Biblia Regia”, editada no século XVI e escrita em hebraico, grego, aramaico e latim.
Mas, se você der sorte, além de visitar o convento e o muse, pode ainda presenciar uma das várias celebrações religiosas dos peruanos (sempre cheias de cores). Quando estivemos lá, em 1º de Maio, era dia de Nuestra Señora de Chapi.
Museu Larco
Esse é, com certeza, um dos lugares imperdíveis para visitar em Lima. Boa parte da história dos povos antigos no Peru está neste museu, que abriga milhares de peças, entre cerâmicas, tecidos, metais e quadros. Elas contam milênios de história do país, desde muito antes dos incas. Os quais – não sabia eu – governaram somente durante os últimos 150 anos dos mais de 10 mil anos de desenvolvimento cultural do Peru antes da invasão espanhola; ou seja, os incas são apenas uma pequena parte da rica história peruana.
Além da exposição permanente, visite a Sala Erótica, que fica no jardim, ao lado do restaurante. Mas não vá pensando sacanagem! Nas figuras em cerâmica (que são bem explícitas…), os povos antigos representavam a sexualidade mais associada a questões como fertilidade e espiritualidade (e não ao erotismo ou pornografia). E preste atenção no jardim do museu, que é lindo!
O museu abre todos os dias, das 9h às 22h, e o ingresso custa 30 soles.
Circuito Magico del Agua
O Circuito Magico del Agua está instalado no Parque Reserva. É o maior complexo de fontes do mundo instalado em um parque público, segundo o Guinness Book. O complexo possui treze fontes que brincam com água, luzes e sons. Com algumas dessas fontes é possível, inclusive, interagir. O pessoal se diverte se refrescando na água – principalmente as crianças!
E, pra quem quiser aproveitar as fontes, o parque possui banheiros e vestiários.
O Circuito funciona de terça a domingo, das 15h às 22h30. Mas o mais legal é ir à noite, pra ver o jogo de luzes com a água. Além disso, à noite, eles fazem aqueles espetáculos com imagens holográficas em uma das fontes. Eu achei meio sem gracinha, pra dizer a verdade. Mas o parque e o Circuito são bem bacanas, e o ingresso, de apenas 4 soles, inclui o espetáculo.
Ruínas de Huaca Pucllana
As ruínas de Huaca Pucllana ficam no meio do bairro de Miraflores. O auge da cidade se deu entre 500 e 700 d.C., mas, por volta do ano 800 d.C., ela foi abandonada e se tornou um cemitério da cultura Wari. Hoje, em função da expansão de Lima, por volta de 1940, o sítio arqueológico possui apenas um terço da área original.
Huaca Pucllana fica aberta para visitação de quarta a segunda, das 9h às 17h. Mas as ruínas somente podem ser acessadas com o tour guiado, que custa 15 soles.
Malecón de Miraflores e Parque del Amor
O Malecón de Miraflores é um belíssimo parque de 5 Km sobre as barrancas da Costa Verde de Lima. “Malecón”, em espanhol, significa “paredão”. No caso, o paredão entre a cidade e o Oceano Pacífico, o que se traduz em vistas fantásticas.
O Malecón de Miraflores, na verdade, são três: o Malecón de La Marina (próximo à Av. Mariscal La Mar, onde ficam alguns dos melhores lugares pra comer ceviche em Lima), o Malecón Cisneros (onde fica o farol e o Parque del Amor) e o Malecón de la Reserva (já na altura do Shopping Larcomar).
Um dos pontos mais conhecidos do Malecón de Miraflores é o Parque del Amor, no qual está a escultura “El Beso”, do artista peruano Victor Delfín. A escultura, que representa um casal em um apaixonado beijo, com a bela vista do Oceano Pacífico ao fundo, é certamente um dos locais mais fotografados em Lima.
Barranco
O bairro de Barranco é, com certeza, o mais descolado e boêmio de Lima. Tem uma certa nostalgia, com casarões antigos que foram belíssimamente restaurados, bondes circulando, pracinha com igreja. Não dá pra deixar de visitar.
No bairro, passe pela Puente de los Suspiros e siga pela “bajada para baño”, que é o caminho para se chegar até a praia (que, em Barranco, é de areia). Se você der a mesma sorte que a gente e conseguir pegar dias de sol e céu aberto em Lima, vai poder apreciar o pôr do sol sobre o Pacífico, um dos mais bonitos que já vi.
Bosque del Olivar
O Bosque del Olivar fica no bairro de San Isidro e é um dos lugares mais agradáveis na cidade. O nome vem das 1.674 oliveiras que se espalham pelo local.
O parque é lindo e muito bem conservado. Além disso, abriga o Centro Cultural El Olivar, que inclui a Biblioteca Municipal, teatro, salas multiuso e galeria de arte; e a Casa Museo Marina Nuñez del Prado.
Onde comer no seu roteiro em Lima
E aqui chegamos à parte que, pra mim, foi a melhor do nosso roteiro em Lima: a comida peruana!
Nós ficamos quatro dias em Lima, mas, se tivéssemos ficado uma semana, ainda assim seria pouco para aproveitar a cena gastronômica da cidade. Tem muito restaurante legal, principalmente pra quem quiser ficar só nas comidas típicas peruanas.
Dentre todos os que a gente experimentou, eu escolheria quatro como os meus preferidos.
Rafael
Foi o primeiro restaurante do chef Rafael Osterling, que tem outras duas casas. O ambiente é simples, sóbrio, mas aconchegante. E a comida é muito boa, com vários pratos e ingredientes típicos. O ceviche de linguado, que pedimos como entrada, foi um dos melhores que provei em Lima, se não o melhor.
A nossa conta, com couvert, uma entrada, dois pratos principais, mais duas taças de vinho e água, ficou em S/325,00 (preço de maio de 2018).
El Mercado
É outro restaurante do chef Rafael Osterling, mas que tem um estilo mais descoladinho. Abre somente durante o dia. O lugar tem um cardápio bem extenso e variado, cheio de pratos bem típicos. Foi lá que experimentei o tacu-tacu, um dos clássicos da cozinha peruana, que se parece com um reviradinho de arroz e feijão (branco, no caso). O tacu-tacu vinha acompanhado do lomo saltado, outro prato muito popular no Peru. O prato é pesado, mas muito gostoso.
Ao final, a conta para dois, com o ceviche de entrada, mais dois pratos principais, uma sobremesa, dois piscos e água, ficou em S/295,00.
Isolina Taberna Peruana
Aqui, a expressão “comida caseira” é o que define o restaurante. Ele fica em um casarão antigo em Barranco, com mesas de madeira e louças antigas. Tem a maior cara de casa de vó. Acho que foi o lugar onde comer em Lima que mais gostei.
A comida lá é bem simples, mas gostosíssima. Pedimos o ceviche com o peixe do dia, que vem com chicharrón de pulpo (iscas de polvo fritas), e o arroz chaufa de lomo. No final, a conta, com toda a comida, mais as bebidas (um pisco sour, um chilcano e água) deu S/155,00.
La Picantería
O restaurante, que fica no bairro de Surquillo, foi, sem dúvida, o mais diferente dentre os lugares que escolhemos para comer em Lima. Lá, escolhe-se o pescado de acordo com o peso, dentre as opções do dia. Essas opções são limitadas, tanto em tipos de peixes, quanto em quantidade. Do pescado escolhido, são feitos três pratos: ceviche, jalea (peixe frito) e sudado (caldo de peixe).
O lugar é simples, mas com estilo. As mesas são coletivas, e, se você tiver que esperar por uma delas, pode fazê-lo no bar, onde, além de experimentar uns drinques, você pode iniciar a refeição, comendo o ceviche por ali mesmo.
A conta de tudo isso (peixe, dois pisco sour e água) deu S/268,00.
O nosso roteiro em Lima
Nós, como de costume, optamos por um roteiro mais lento, pra aproveitar a cidade sem muita correria. Fizemos boa parte dos deslocamentos à pé, observando o que havia pelo caminho. Então acabamos levando mais tempo entre um lugar e outro. Além disso, deixamos um tempinho livre ou pra inventar alguma coisa de última hora, ou simplesmente pra ficar de bobeira.
Mas, se o seu tempo for mais curto, é perfeitamente possível fazer um roteiro bem confortável em três dias. Em dois dias pode ficar um pouco corrido, mas também é um roteiro bem “realizável”.
Então, veja como foi o nosso roteiro em Lima.
Dia 1:
Chegada em Lima e check-in no hotel. Almoço no Pescados capitales. Depois, fomos passear pelo Malecón de Miraflores, caminhando até o Shopping Larcomar. Aproveitamos a proximidade com a Av. José Larco para trocar dinheiro e comprar os chips de celular locais. À noite, fomos jantar no Rafael.
Dia 2:
Pela manhã, passeio pelo Centro Histórico, com visita ao Museu e Catacumbas do Convento de San Francisco. Almoço Tanta, em San Isidro. Após, passeamos pelo Bosque del Olivar, em San Isidro. À noite, fomos conhecer o Circuito Magico del Agua e, depois, fomos jantar no Juicy Lucy.
Dia 3:
Visita ao Museu Larco pela manhã. Almoço no El Mercado. Depois, fomos conhecer o bairro de Barranco, ficando até o final da tarde, para apreciar o por-do-sol na praia. À noite, fomos jantar no Isolina Taberna Peruana.
Dia 4:
Visita às Ruínas de Huaca Pucllana e ao Mercado de Surquillo. Almoço no La Picantería. Tiramos a tarde pra ficar de bobeira e, depois, jantar no Danica, próximo ao hotel.
No dia seguinte, fizemos o check-out e fomos para o aeroporto, onde almoçamos no La Lucha Sangucheria, antes de pegar o voo para Cusco.
E aí, curtiu as dicas? Já conhece Lima? Se tiver alguma dica da cidade, compartilha com a gente!
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