Como as viagens continuam restritas (ou, no caso do Brasil, canceladas, ainda que tenha gente vivendo como se não se houvesse pandemia), nós também continuamos a procurar meios de viajar sem sair de casa. E, neste post, vamos viajar pela Itália sem sair do sofá. Topa?
Bora lá então!
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Para Roma Com Amor (2012)
Este filme, de Wood Allen, conta quatro histórias paralelas e inusitadas que se passam em Roma, na Itália. Uma americana que vai passar férias na cidade e conhece um italiano, por quem se apaixona. Um casal vindo do interior da Itália, recém casado, e que acaba se perdendo em Roma. Um famoso arquiteto americano que passa férias na cidade e encontra um jovem americano que estuda arquitetura. A vida de um simples romano de classe média que subitamente fica famoso.
Cenas para viajar pela Itália
Monumento a Vittorio Emanuele II
O filme começa mostrando um dos pontos certamente mais conhecidos e imponentes de Roma, o Monumento a Vittorio Emanuele II, também chamado Altare della Pátria. Mas, talvez mais característico que o monumento, é o trânsito caótico da cidade, que é retratado na cena. O escritor Luis Fernando Veríssimo, no seu livro Traçando Roma, já relatava, em 1986, as peculiaridades do trânsito da cidade:
“[…] Ganho destreza e impetuosidade e perco caráter e consideração ao próximo a cada nova saída no trânsito de Roma. Breve estarei dirigindo como um romano. Só me falta dominar a gesticulação. Eles conseguem fazer gestos que indicam indignação, dúvidas sobre a sua sanidade e certeza sobre o passado da sua mãe – e dirigir ao mesmo tempo.“
La Fontana di Trevi e a Piazza di Spagna
Outro ponto turístico que serve de cenário ao filme é a belíssima Fontana di Trevi. Uma das principais características dela é estar sempre lotada de turistas. Aliás, é uma felicidade quando se consegue admirar a Fontana di Trevi, recém restaurada e reaberta ao público. E sem ter que esticar o pescoço pra driblar aquela horda de turistas ensandecidos pela foto perfeita ou por jogar uma moedinha na fonte, pra garantir o retorno a Roma. Tipo na foto aí embaixo, de 2015.😂
Outro dos lugares famosos de Roma que aparecem no filme é a Piazza di Spagna, com a bela Scalinata della Trinità dei Monti, a escadaria que leva à igreja de mesmo nome e que está sempre “coberta” de turistas.
Piazza del Popolo
Mais uma cena do filme e aparece a Piazza del Popolo, criada no século XVI, para ambientar a entrada ao norte de Roma. No centro da praça, há um obelisco de 36m surrupiado do Egito Antigo. No lado sul ficam duas igrejas gêmeas, a Chiesa di Santa Maria dei Miracoli e a Chiesa di Santa Maria in Montesano. E, no lado leste, a Terrazza del Pincio, que leva aos belos jardins da Villa Borghese.
Coliseu
O filme também tem como cenário outro dos lugares imperdíveis na hora de viajar pela Itália: o Coliseu.
Eu tenho verdadeira fascinação pelo antigo teatro romano, construído no século I, por Vespasiano. A arena era a mais temida de Roma. Era onde gladiadores se enfrentavam até a morte, ou condenados era colocados para enfrentar animais ferozes, tudo para entreter a população. Era o “circo” da expressão “pão e circo”, que se referia à prática dos governantes romanos de oferecer alimentos e entretenimento para manter a população contente e garantir a popularidade do imperador.
Outro cenário do filme é o Foro Romano visto do alto do Monte Palatino, que é a mais central das colinas de Roma. Segundo a lenda, foi no Palatino que os irmãos Rômulo e Remo foram salvos por uma loba e, depois, Rômulo fundou a cidade, em 753 a.C. Além disso, o Palatino foi o bairro mais exclusivo da velha Roma, sendo lugar de residência de diversos imperadores. Já o confuso conjunto de ruínas do Foro Romano foi o coração do mundo antigo, tendo sido o centro da República Romana.
Bairro de Trastevere
Várias cenas do filme se passam no bairro de Trastevere, que fica do outro lado do Rio Tibre (em relação ao centro histórico). Daí então o nome: tras Tevere. O bairro é um dos mais tranquilos e charmosos de Roma, cheio de ruelas de pedra e prédios antigos. Fica longe um pouco do furdunço de outras áreas de Roma, como as próximas à Piazza Navona ou ao Vaticano, por exemplo.
Termas de Caracalla
Apesar de já ter visitado Roma por três vezes, ainda tem algumas atrações interessantes que não consegui incluir no roteiro. Mas as Termas de Caracalla vão ter que entrar na programação na próxima visita a Roma. As ruínas são remanescentes do vasto complexo de banhos do imperador Caracala, construído no século III.
O pôr do sol em Roma
Por fim, uma das coisas mais legais do filme, que certamente inspira a viajar pela Itália, principalmente por Roma, são as cenas com o pôr do sol ao fundo. Roma adquire um colorido alaranjado incrível quando o sol começa a cair. E um bom lugar para admirar o pôr do sol na cidade é do alto do Altare della Patria. Há um café no terraço, caso você queira ver o sol se pôr bebericando um Aperol Spritz, um dos drinques mais tradicionais principalmente do verão italiano.
Anjos e Demônios (2009)
O filme, baseado no livro homônimo de Dan Brown, conta a saga do especialista em símbolos Robert Langdon. A história começa quando o professor é chamado pelo Vaticano para desvendar o misterioso sequestro de quatro cardeais, durante o conclave, a votação para a escolha do novo Papa. Os responsáveis pelos sequestros seriam os Illuminatti, uma seita milenar secreta, que tem como inimiga a Igreja Católica. É certamente um filme pra quem gosta de thrillers que se baseiam em lendas e teorias da conspiração. Mas também é um filme para viajar sem sair de casa, já que mostra vários os pontos da cidade de Roma e do Vaticano.
Cenas para viajar pela Itália
Na Cidade do Vaticano
O primeiro dos lugares turísticos a aparecer na trama é a Piazza San Pietro, no Vaticano, que é o menor Estado soberano do mundo. A praça é cercada por duas colunatas semicirculares, as quais possuem 284 colunas, com 140 santos sobre elas. No centro dela fica um obelisco de 25m trazido do Egito pelo imperador Calígula. Além disso, na praça estão ainda a Basilica di San Pietro e a Capela Sistina, com o famoso teto pintado por Michelangelo. Todos são visitas imperdíveis!
Mas uma das cenas mais importantes do filme, quando o protagonista descobre o mentor da conspiração contra a Igreja Católica, se passa no Castel Sant’Angelo, construído no século VI. O local já foi mausoléu, prisão e esconderijo para papas em época de crises. Há, inclusive, um corredor secreto que liga o castelo ao Vaticano (e que é reproduzido no filme).
Em Roma
Já em Roma, um dos primeiros pontos turísticos a aparecer na trama é o Pantheon. O belo templo tem 2.000 anos e foi construído por Adriano, no ano 120, sobre o templo original, que, por sua vez, foi construído por Marco Agripa, em 27 a.C. Hoje, a construção é uma igreja católica, mas foi edificado em homenagem a todos os deuses. A estrutura do templo é fascinante: o diâmetro da cúpula é exatamente igual à altura do templo. A luz entra pelo óculo na cúpula, assim como a chuva, que é drenada por 22 buracos que passam quase despercebidos no piso. No Pantheon está o túmulo de Raffaello Sanzio, o famoso pintor renascentista italiano.
Depois, outro ponto turístico que serve de cenário para o filme é a Chiesa di Santa Maria del Popolo, uma das primeiras igrejas renascentistas de Roma, que fica na Piazza del Popolo. Além dela, outros dois lugares de Roma que aparecem no filme são a Piazza Navona, onde fica a bela Fontana dei Quattro Fiumi, e a Chiesa di Santa Maria della Vittoria é outro dos pontos turísticos de Roma a aparecer neste filme.
Dois Papas (2019)
O filme retrata os supostos bastidores da escolha de Jorge Bergoglio como sucessor do Papa Bento XVI. Mas a história começa ainda com a morte do Papa João Paulo II e o conclave em que se deu a escolha do cardeal Joseph Ratzinger, que se tornou o Papa Bento XVI. Como o conclave é uma das reuniões mais secretas que existem, não dá pra ter certeza sobre o que é relatado no filme. Na verdade, todo o filme é uma mistura de fatos reais e fictícios.
E um dos cenários reais que aparecem no filme é a Capela Sistina, onde ocorre o conclave, sob o fabuloso teto pintado por Michelangelo. A capela, encomendada pelo Papa Sisto IV e concluída em 1483, é o ponto final da visita aos Museus Vaticanos. Ainda que os museus tenham uma infinidade de obras fantásticas, a capela é, sem dúvida, a sua maior atração. Muitos turistas até “pulam” boa parte dos museus e vão direto para a capela, pelo “trajeto rápido” da visitação. Não concordo, mas entendo: a Capela Sistina é, realmente, fantástica.
Além da capela, a Piazza e a Basilica di San Pietro também são cenários do filme. E outro lugar que serve de locação para o filme é Castel Gandolfo, que é uma pequena comune italiana, onde fica a residência de verão do Papa. Porém, muitas cenas não foram, de fato, filmadas nesses lugares, mas sim feitas utilizando um efeito de sobreposição de imagens.
Comer, Rezar, Amar (2010)
Este filme, além de ser ótimo para viajar pela Itália, é, sem dúvida, também uma boa dica para conhecer mais da gastronomia italiana. O filme se baseia numa história real, a da jornalista e escritora Elizabeth Gilbert. Ela, recém divorciada e procurando um sentido para sua vida, resolve viajar por um ano em busca de autoconhecimento. E, nessa viagem, Elizabeth passa por três países: Itália, Índia e Indonésia. Em cada um deles, uma experiência diferente: boa comida, espiritualidade e um novo amor.
Mas, para viajar pela Itália sem sair do sofá, a parte mais importante do filme é a primeira, que se passa em Roma. Nela, Elizabeth descobre as delícias da gastronomia italiana, enquanto passeia pelos principais pontos turísticos da cidade e entende um pouco mais sobre a cultura da Itália. Além disso, numa rápida visita a Nápoles, ela descobre la vera pizza italiana. E, numa visita à Toscana, a experiência é uma refeição tipicamente italiana: em família e ao redor de uma mesa grande e farta.
Depois, a próxima parada de Elizabeth é na Índia. Lá, ela se hospeda em um ashram, para uma imersão no hinduísmo e na cultura indiana. Por fim, Elizabeth chega em Bali, na Indonésia, onde ela encontra um novo amor, Felipe, o brasileiro com quem ela vem a se casar.
Pra quem gosta de ler a história original dos filmes, Comer, Rezar, Amar é baseado no livro de mesmo nome, escrito pela própria Elizabeth.
Só Você (1994)
Mais ótima dica para viajar pela Itália sem sair do sofá. Neste filme, a romântica Faith passa a vida obcecada por um nome revelado em uma tábua Ouija (o “jogo do copo”): Damon Bradley. Quando está prestes a se casar, Faith recebe uma ligação de alguém que ela acredita seja a sua alma gêmea: um amigo de seu noivo, chamado Damon Bradley, dizendo estar indo para Veneza, na Itália. Então ela, junto com a cunhada e melhor amiga Kate, decidem partir para lá, à procura da suposta alma gêmea de Faith. Começam por Veneza, depois partem de carro para Roma, passando pela Toscana, chegando, por fim, na, em Positano, na Costa Amalfitana.
Cenas para viajar pela Itália
Veneza tem uma aparição bem rápida no filme, aparecendo quase que somente o Grande Canal e os prédios às suas margens. De lá, Faith e Kate partem de carro, um clássico Fiat 500, em direção à Roma, passando pela Toscana. Nas cenas na estrada, surgem aquelas paisagens belíssimas da região, bem como a cidade de San Gimignano ao fundo, com suas torres inconfundíveis.
Roma
Quando as duas amigas chegam em Roma, uma das primeiras imagens a aparecer no filme é a do Coliseu, o imponente teatro romano de mais de dois mil anos. Consta que o termo “Coliseu” apareceu pela primeira vez em uma profecia do século VIII, ditada pelo monge Beda, o venerável: “Enquanto existir o Coliseu, existirá Roma; quando cair o Coliseu, cairá Roma; quando cair Roma, cairá o mundo”. Além do Coliseu, outros pontos turísticos a aparecerem no filme são o Castel Sant’Angelo e o Monumento Nazionale a Vittorio Emanuele II, também chamado Altare della Pátria, construído em homenagem ao primeiro rei da Itália após a unificação.
Mas outro ponto muito conhecido de Roma, que serve de cenário para o filme, é a Bocca della Verità, uma roda de mármore com uma face entalhada. Reza a lenda que a roda de mármore é um “detector de mentiras”: se a pessoa coloca a mão na boca entalhada e conta uma mentira, tem os seus dedos mordidos.
Costa Amalfitana
E a busca de Faith termina na belíssima Costa Amalfitana, mais precisamente na cidade de Positano, que é a mais famosa da região. Além dos prédios empilhados nas montanhas sobre o mar, o filme também tem como locação um belo hotel em uma dessas encostas, de frente para o mar.
Cartas para Julieta (2010)
Esse é um dos filmes para viajar pela Itália que eu mais gosto. ❤️🇮🇹
Ele conta a história de Sophie, uma jornalista que vive em Nova Iorque com o noivo, Victor. Em uma viagem para Verona, na Itália, enquanto o noivo acaba mais ocupado com compromissos profissionais, Sophie resolve conhecer a cidade sozinha. E, por acaso, acaba conhecendo as “secretárias de Julieta”, um grupo de mulheres que tem como trabalho responder às cartas que são deixadas nas paredes da Casa di Giulietta. E, ao se juntar a essas mulheres, Sophie encontra uma carta deixada há 50 anos em uma das paredes da casa, e que havia ficado escondida entre os tijolos.
Então, a protagonista responde à carta, que, mesmo após tanto tempo, encontra a destinatária, Claire, uma elegante senhora inglesa. Após receber a resposta, Claire resolve voltar à Itália para tentar encontrar o seu grande amor da juventude, o italiano Lorenzo Bartolini. Pensando em ser uma boa história para escrever sobre, a jornalista Sophie decide acompanhar Claire e o neto Charlie na busca por Lorenzo, o que leva os três para uma viagem pela belíssima região da Toscana.
Cenas para viajar pela Itália
Verona
O filme começa em Verona, com a protagonista Sophie passeando pelas ruas da cidade. Nestas primeiras cenas, é possível ver a Arena Romana, que hoje funciona como teatro, com vários espetáculos a céu aberto durante o verão. Depois, o filme traz o ponto turístico que é o principal da trama, a Casa di Giulietta. A casa é local de peregrinação dos turistas, ávidos pela foto na famosa bancada, ou junto à estátua da Julieta. Reza a lenda que quem tocar o seio direito da moça terá sorte no amor. Sorte essa que a pobre Julieta não teve, mas, né, lenda é lenda.
Dentro da casa, há uma exposição com as roupas e os objetos utilizados nas cenas do filme Romeo e Giulietta, do Franco Zefirelli, de 1968. É a mais clássica das versões para o cinema (e a minha preferida também).
Toscana
A trama ainda se desloca para a região da Toscana, tendo sido filmada principalmente em Siena e arredores e na região do Val d’Orcia. Os ciprestes, os vinhedos e todas aquelas paisagens lindíssimas da Toscana estão todos no filme. O hotel em que os personagens Sophie, Claire e Charlie ficam hospedados, uma antiga propriedade toscana, fica em Vagliali, nos arredores de Siena. Já as paisagens que aparecem nas cenas na estrada são do Val d’Orcia, que é um dos lugares mais bonitos da Toscana. É a região que mais representa a Toscana que todo mundo tem na cabeça.
Além disso, o filme também mostra pontos de Siena, como a Piazza del Campo. A praça é o ponto mais icônico de Siena, onde, nos meses de julho e agosto, acontece o Palio, a corrida de cavalos mais antiga do mundo. Pra quem for assistir o filme, a cena em que Sophie e Charlie fazem guerra de sorvete foi gravada em frente ao Battistero di San Giovanni, que fica atrás do Duomo de Siena.
O Club di Giulietta
Se você está se perguntando se as “secretárias de Julieta” existem, pois eu lhe digo que elas existem sim. Realmente há um grupo de mulheres que responde as cartas que são deixadas na Casa di Giulietta. Mas nem as cartas são apenas aquelas deixadas na casa, nem as mulheres são apenas um pequeno grupo de italianas em um escritório de Verona. Hoje, além daquelas cartas, é possível mandar sua carta de qualquer parte do mundo, para o endereço físico do clube ou para o email dele. Além disso, o Club di Giulietta conta com voluntárias de outros países que ou moram em Verona, ou em outros países, e que ajudam a responder cartas em outras línguas. Mesmo se você estiver turistando pela Itália, você pode ser voluntária do clube.
Romeu e Julieta (1968)
Há muitas versões para o cinema do clássico shakespeariano. Mas, como eu já tinha dito ali em cima, essa, do Franco Zefirelli, é a minha preferida.
Aqui não tem perigo de dar spoiler, já que todo mundo sabe a história, né? Pois então.
As famílias Capuleto e Montecchio eram inimigas de morte, mas, por alguma daquelas voltas que a vida dá, Julieta Capuleto se apaixona por Romeu Montecchio. Eles se casam escondido, mas aí o Romeu se mete numa confusão, é banido de Verona, e a Julieta é obrigada a casar com outro. Pra evitar o casamento, ela toma uma poção, que a faz parecer morta. A ideia era fugir do casamento e ir viver com o Romeu. O problema é que a carta que o frei, amigo do casal, mandou para o moço, explicando o plano, não chega a tempo ao destino e ele. Então, quando Romeu volta a Verona e vê a amada “morta”, se mata com uma dose de veneno. É aí que a Julieta acorda, vê o Romeu morto e acaba se matando também.
Cenas para viajar pela Itália
A história de Romeu e Julieta se passa na cidade de Verona, mas, na verdade, a cidade sequer serviu de cenário para o filme, que teve diversas outras locações. Uma delas foi a pequena Tuscania (não confundir com Toscana), uma cidade de origem etrusca na comune de Viterbo. Algumas das cenas mais importantes do filme, como a da morte de Mercúcio, as da cela de Frei Lourenço, a do casamento de Romeu e Julieta e a clássica cena da morte dos dois foram gravadas na Chiesa di San Pietro, que fica nas proximidades de Tuscania.
Outro cenário do filme foi a cidade medieval de Gubbio, na Umbria. Lá filmaram, por exemplo, as cenas do duelo entre Romeu e Teobaldo e da partida de Romeu para Mântua, após ser banido de Verona. Já as cenas na mansão dos Capuleto, como, por exemplo, a do baile em que Romeu e Julieta se encontram pela primeira vez, foram filmadas no Palazzo Picolomini, em Pienza.
Aliás, Pienza é uma das cidades mais fotogênicas da Toscana. Ela cidade passou por uma reurbanização no século XV, promovida pelo seu filho mais ilustre Enea Silvio Piccolomini, quando este se tornou o Papa Pio II. Em 1996, o centro histórico da cidade foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO. O Palazzo Picolomini era a residência de verão do papa na época de Pio II e foi a principal obra arquitetônica dele na reurbanização da cidade.
Já a mais do que clássica cena da sacada foi gravada em Artena, uma pequena cidade sem muitos atrativos turísticos nos arredores de Roma. A sacada faz parte do Palazzo Borghese (não confundir com a Galleria Borghese, em Roma), uma propriedade privada da qual não há muitas informações disponíveis. Aliás, eu sequer sabia que ele existia até escrever este post. 😱
Sob o sol da Toscana (2003)
Este aqui aposto que levou muita gente pra viajar pela Itália e conhecer a Toscana. O filme, baseado no livro homônimo, conta a história da escritora Frances Mayes. Ela, após um doloroso divórcio, aceita a sugestão de uma amiga e embarca em uma viagem pela Toscana. Lá, acaba comprando a Villa Bramasole, uma antiga propriedade caindo aos pedaços. A história se desenvolve enquanto Frances reforma a casa e, por que não dizer, a própria vida.
Cenas para viajar pela Itália
A maior parte das cenas do filme foram gravadas na pequena cidade de Cortona, que fica no alto de uma colina de pouco mais de 500m. E o centro histórico da cidade foi o principal cenário. Além disso, em Cortona, fica, de fato, a Villa Bramasole, o casarão que Frances acaba comprando na sua viagem à Toscana e onde hoje ela vive com o marido uma parte do ano. Mas as cenas que se passariam em Bramasole foram gravadas, na verdade, na Villa Laura, um luxuoso casarão nos arredores de Cortona.
O filme ainda mostra outras paisagens lindas da Toscana, como, por exemplo, os campos de girassóis, que ficam belíssimos todos floridos durante a primavera. Outro belo cenário da região que o filme mostra é a capela Madonna di Vitaleta, um dos lugares certamente mais fotografados da Toscana. 😍
O filme também tem cenas em Montepulciano, que é uma cidadezinha muito interessante. Além daquele estilo próprio das cidades da Toscana, com ruas estreitas e casas de pedra, ela fica na colina mais alta da região. Então, a cidade tem uma vista linda do Val di Chiana.
Mas, além das cidades da Toscana, o filme ainda tem algumas cenas em Roma, em frente ao Altare della Patria, e na Costa Amalfitana, precisamente em Positano.
Inferno (2016)
Dan Brown de novo. Mas agora, neste filme, que se baseia em mais um dos livros do autor, os cenários são Florença e Istambul. Nesta história, o simbologista Robert Langdon se vê envolvido em um plano de um bilionário estadounidense para reduzir a população mundial, por meio da disseminação de uma praga, nos moldes do que ocorreu com a peste negra na Idade Média. A trama também traz várias referências ao livro “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, escrito no século XIV. Nele, o escritor fiorentino relata uma viagem alegórica pelo Inferno, Purgatório e Paraíso (cada uma das fases é uma parte do poema), numa referência ao seu exílio.
Cenas para viajar pela Itália: Florença
Ponte Vecchio
No filme, um dos primeiros pontos turísticos a aparecer é a Ponte Vecchio, que fica no ponto mais estreito entre as duas margens do Rio Arno. Antigamente, a ponte era o local onde ficavam os açougues da cidade. Mas, no século XVI, Fernando I de Médici, em razão do mau cheiro gerado pelos restos de carne jogados no rio, ordenou que os açougues fossem substituídos por joalherias, que estão lá até hoje. Por cima da estrutura passa o Corridoio Vasariano, uma passagem construída pelos Médici para que eles pudesse se deslocar do Palazzo Vecchio (a sede do governo) até o Palazzo Pitti (a residência da família) sem ter que andar pelo meio do povo.
Além disso, a ponte, que foi construída em 1345 e foi a única que escapou da destruição pelas tropas alemãs em retirada, em 1944. Dizem que isso se deu porque Hitler tinha ficado admirado com a ponte, quando a visitou em 1938. Mussolini inclusive mandou abrir duas janelas no centro da ponte, para que o Führer pudesse admirar o panorama da cidade a partir da ponte.
Palazzo Vecchio
Outro cenário do filme que te leva a viajar pela Itália é o Palazzo Vecchio, com o seu grandioso Salone dei Cinquecento. O salão era onde se reunia o Conselho da Cidade, formado por 500 membros (daí o seu nome). Hoje, o local é utilizado para eventos diversos e solenidades oficiais. O salão é todo adornado com imensos afrescos, dentre eles as obras de Vasari, que retratam as batalhas da conquista de Siena por Florença. O teto, que fica a 21m de altura, também contém alegorias e cenas da história de Florença e da família Médici. No mais, o Palazzo Vecchio já foi servir como sede de governo e moradia dos cônsules da cidade, bem como residência da família Médici antes deles se mudarem para o Palazzo Pitti após um surto de malária. Hoje, o palácio continua sendo utilizado como sede da administração municipal.
Piazza della Signoria
Em frente ao Palazzo Vecchio fica a Piazza della Signoria, que, há séculos, é o centro da vida local. Antigamente, era o local onde o povo se reunia para tomar decisões políticas importantes (como um plebiscito). Hoje, a praça é um dos pontos mais movimentados de Florença, pois, além de sediar o Palazzo Vecchio, fica ao lado da Galleria degli Uffizi.
Além da praça em si, outro ponto turístico que aparece no filme é a Loggia dei Lanzi, construída no século XIV e que, hoje, é um museu a céu aberto, com importantes esculturas, como O Rapto das Sabinas, de Giambologna, uma peça com 4,10m de altura, feita a partir de um bloco único de mármore. A obra representa um dos eventos mais antigos da historia de Roma: quando Rômulo fundou a cidade, ele propôs aos vizinhos sabinos uma aliança, a fim de conseguir mulheres com quem a primeira geração de romanos pudesse procriar e povoar a nova cidade. Porém, os vizinhos recusaram a aliança, o que levou Rômulo a tomar as mulheres sabinas à força, levando-as para Roma.
Battistero di San Giovanni
Uma das cenas do filme se passa no Battistero di San Giovanni, que fica em frente ao Duomo de Florença. A estrutura hexagonal foi construída no século XI e possui três conjuntos de portas de bronze, nos quais a história da Humanidade é contada. A pia batismal, dentro do batistério, também é famosa, já que foi local de batismo de vários florentinos famosos, como o escritor Dante Alighieri.
Cenas para viajar pela Itália: Veneza
Canal Grande e a Basilica di Santa Maria della Salute
O Canal Grande é o principal canal que corta Veneza, e em suas margens estão cerca dezenas de prédios importantes da cidade. Um dos cenários do filme é justamente uma das vistas mais bonitas de Veneza, a que se tem da Ponte dell’Accademia, que fica bem em frente à Galleria dell’Accademia (que tem a coleção de arte mais importante da cidade). A ponte é a última dentre as que ligam as margens do Canal Grande, entre o Dorsodouro e San Marco.
A visão a partir dela tem, ao fundo, a imponente Basilica di Santa Maria della Salute, cuja construção foi encomendada pelos sobreviventes da peste negra, como agradecimento pela salvação. O Senado de Veneza oficialmente prometeu à Nossa Senhora a construção de uma igreja, caso a Santa intercedesse pela cidade e acabasse com a peste que dizimou cerca de 80 mil habitantes de Veneza. E, diante do tamanho da graça alcançada, o pagamento foi à altura: uma belíssima basílica, construída sobre mais de 100 mil postes de madeira enterrados nos bancos de lama para sustentar a ponta do Dorsodouro. No interior da igreja, ainda há diversas obras-primas de Ticiano e Tintoretto, algumas retratando o período da peste em Veneza.
Piazza San Marco e Basilica di San Marco
A Piazza San Marco é o ponto central de Veneza. Nela fica a Basilica di San Marco, que foi construída para abrigar o corpo de São Marcos, roubado do Egito em 828 e trazido a Veneza dentro de um barril de toucinho, para burlar a inspeção alfandegária. A fachada da basílica é repleta de mosaicos. Além disso, no seu interior, há tesouros ducais, espólios das Cruzadas e supostas relíquias sagrada, como um fêmur de São Roque, um polegar de São Marcos, o braço que São Jorge utilizou para matar o dragão e um cacho do cabelo de Nossa Senhora.
Chá com Mussolini (1999)
Desta lista de filmes para viajar pela Itália, este pra mim é o que tem a história mais interessante. O filme é uma semi-biografia do diretor italiano Franco Zefirelli.
Na Florença de 1935, durante a ditadura de Mussolini na Itália, um grupo de cinco senhoras decide cuidar de um menino italiano, Luca, cuja mãe morreu e o pai recusa-se a assumi-lo. Com a ascensão do fascismo italiano e a entrada da Itália na Segunda Guerra, a vida das cinco senhoras muda completamente e Luca então resolve retribuir o que elas fizeram por ele.
Cenas para viajar pela Itália
Florença
Um dos pontos turísticos de Florença que serve de cenário ao filme é a Cattedrale di Santa Maria del Fiore e o seu grandioso Duomo. É a terceira maior igreja do mundo, ficando atrás somente da Basilica di San Pietro, no Vaticano, e da St. Paul’s Cathedral, em Londres. A construção da catedral começou em 1296 e somente terminou quase 150 anos depois. No século XV, ela foi denominada Santa Maria del Fiore, em uma alusão ao lírio, flor símbolo da cidade. Mas, apesar de a catedral ter sido construída no século XV, a belíssima fachada, nas cores branco, rosa e verde, foi finalizada somente no século XIX.
Além disso, o filme também tem cenas dentro da Galleria degli Uffizi, que é a mais importante de Florença, com algumas das obras mais famosas do mundo, entre quadros e esculturas, desde a Idade Média até a Idade Moderna. A galeria tem obras importantes de Michelangelo, Raffaello Sanzio, Botticelli e Leonardo da Vinci. E outro local importante da cidade que aparece no filme é o já mencionado Palazzo Vecchio, a sede da administração municipal.
Já a Ponte Vecchio, a mais conhecida e movimentada das pontes de Florença, aparece num dos momentos em fica mais bonita: o pôr do sol.
San Gimignano
Quando os ingleses são expulsos de Florença, as senhoras inglesas são levadas para San Gimignano, a famosa “città delle cento torri“. É certamente uma das mais pitorescas cidades da Toscana. Nunca teve exatamente 100 torres, mas chegou a ter 72. Hoje, restam apenas quatorze, as quais podem ser vistas já à distância, da estrada. As torres era construídas pelas famílias nobres de San Gimignano, primeiro como refúgios em caso de ataques inimigos, e, depois, com a construção dos muros ao redor da cidade, as torres passaram a ser a representação do poder e da riqueza de cada uma dessas famílias.
E você, curtiu as dicas para viajar pela Itália sem sair do sofá? Tem algum filme pra indicar pra gente? Joga ali nos comentários!